quarta-feira, 19 de maio de 2010

Moção de Censura - CDS/PP Opta Pela Abstenção

NMagalhaes_Conf_Imp_Caldas_copyO CDS-PP considerou esta terça-feira que "há inúmeras razões" para censurar o Governo mas vai optar pela abstenção em relação à iniciativa do PCP por discordar do conteúdo do texto da moção de censura.

"Iremos analisar na reunião do grupo parlamentar na quinta feira mas posso dizer que exclusivamente por força do texto da moção, a tendência neste momento da direção do grupo parlamentar é a abstenção", afirmou o deputado do CDS-PP Nuno Magalhães.

"É um texto marcadamente ideológico. Entre outras referências, que nós respeitamos, vemos que o PCP acha como essencial para o país haver mais políticas de esquerda", observou.

Nuno Magalhães considerou que "para qualquer pessoa que perceba minimamente de política, políticas de esquerda significa mais despesa pública, mais institutos públicos, mais carga fiscal sobre os contribuintes".

"E para isso obviamente o CDS não pode contribuir", justificou.

O deputado democrata cristão afirmou que existem "inúmeras razões" para censurar o Governo, a começar pelo aumento de impostos, pela subida do desemprego, pela "estratégia completamente falhada no investimento público", pela "cada vez maior insegurança" e pelos problemas na saúde e na educação.

Por outro lado, a "quebra sistemática da palavra dada por parte do Governo e do PS" que "leva por arrastamento o PSD" são também razões para censurar o executivo de José Sócrates.

"O Governo dizia que o défice não era aquele, desemprego era diferente, o crescimento era outro, o país era outro, com uma simples estratégia de angariação de votos e os portugueses vieram a sofrer com isso e de que maneira", frisou.

"Se o PCP quisesse ter um apoio mais alargado, ou que não se confinasse apenas e só à esquerda com certeza que teria o cuidado de fazer um texto da moção (...) mais minimalista e não tão ideológico", considerou.