terça-feira, 22 de junho de 2010

CDS/PP Almada na Comunicação Social

Artigo de Opinião do Deputado Municipal Fernando Pena no jornal online "Setúbal na Rede".

• 21-06-2010 •
Assento Parlamentar (PP)
por Fernando Pena
(Deputado Municipal em Almada)


Cidades do Distrito de Setúbal: Que Futuro?


A economia mundial enfrenta desafios ímpares, muitos deles provenientes da abertura dos mercados e da revolução nas tecnologias de informação e comunicação. A competitividade, a descentralização e a especialização — centrada com frequência em elementos regionais e locais — são acompanhadas pela profusão de novas ideias, disponíveis com grande rapidez neste mundo global.


O fluxo de produtos, capital e ideias é hoje flexível e dinâmico e tem consequências imediatas na realidade socioeconómica. A competição intensa, a emergente necessidade de soluções criativas, a expansão mundial dos mercados e o permanente desenvolvimento tecnológico exigem uma visão inovadora do desenvolvimento local e o estabelecimento de um novo paradigma urbano.

O processo de globalização é acompanhado de um acentuado processo de urbanização. Em poucos anos uma grande maioria da população mundial viverá em cidades. O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação acelera um processo de crescente participação e importância das metrópoles para se tornarem centros de inovação, núcleos de mercado e pólos de educação, formação e investigação, cuidados de saúde, transporte, arte, turismo e ócio, com grande potencial de geração de riqueza.

A proximidade ao cidadão e a flexibilidade da cidade são vantagens que devem ser aproveitadas para resolver problemas e utilizar eficazmente os recursos e as oportunidades em benefício dos que nela vivem.

Com a globalização surgiu um novo processo de crescimento das cidades. A visão provinciana da economia local e o ordenamento do território fundado na realidade de há 30 anos não são compatíveis com a necessidade de cidades dinâmicas, vivas, competitivas. Que sejam vibrantes centros de mercado, fundados no conhecimento, na educação qualificada, na integração social, na oferta cultural, na prestação de serviços eficientes, na qualificação ambiental e paisagística.

As cidades que hoje se assumem com líderes mundiais florescentes têm características comuns que importa relevar: a colaboração intensa e sem complexos entre os sectores público e privado, com a participação empenhada da comunidade; o investimento sério na regeneração ambiental e urbana; a capacidade de inovação em resposta a novas exigências; a criação de um modelo de desenvolvimento centrado nas pessoas e na sua valorização intelectual, cultural, técnica, familiar, ética e cívica.

Se as cidades do distrito de Setúbal querem acompanhar este desafio do século XXI, não podem persistir num modelo que se sustenta na lógica do betão, na degradação da paisagem, na impermeabilização cega dos solos, na desertificação das ruas, na ausência de padrões urbanísticos de qualidade, na capitulação perante o vandalismo e o crime, num quotidiano de gestão contra os cidadãos, numa rede de dependências que paralisam a livre iniciativa.

A cidade tem de assumir-se como motor de progresso, bem-estar e criatividade, que possa encarnar na paisagem, nos espaços verdes, na arquitectura, no espaço público, na arte, no lazer, no comércio, nos transportes e nas escolas as aspirações dos seus cidadãos, que com ela se identificam e comprometem.

Por outro lado, a execução das infra-estruturas tem de ser fundada nas pessoas, que as utilizam e optimizam. Na construção da cidade são os valores que definem a comunidade. A cidade é, em última leitura, um ponto de encontro de pessoas que partilham valores.Pessoas bem preparadas, solidárias, acolhedoras, criativas e capazes de antecipar a mudança, e com vontade de conhecer, aprender, ensinar, partilhar e servir em toda a sua vida.

Pessoas com um sentimento de identificação e pertença à metrópole, comprometidas na construção do seu futuro.