quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Assembleia Municipal de Almada - Resumo de mais um "festim comunista"

A Assembleia Municipal de Almada decorreu dentro da "normalidade" que já nos habituamos dentro desta conjuntura politico-partidária do situacionismo estático da cumplicidade da partidocracia passiva e amorfa do agora deixas passar tu, agora deixo passar eu, e dar ao executivo de Almada, a continuidade do seu passeio do (des)governo do cencelho.
A sessão começou com o Período Aberto aos Cidadãos, onde ressalvamos a intervenção de um munícipe na tentativa de saber mais uma vez, se o Cruzeiro de Vale Rosal será ou não preservado com a construção do IC32.
À sua questão, foi respondido pela presidente da câmara aquilo que o povo chama de "Nim", ou seja, mais uma vez, quando não lhe convém a questão sacode literalmente a água do capote ficando a população sem saber se o nosso património histórico será salvaguardado ou não.
Da nossa parte temos muitas dúvidas.
Foi ainda confrontada por moradores do Vale da Sobreda que estão muito preocupados com a sua situação e abandono a que estão votados pela câmara municipal que não olha para as suas preocupações que são graves, respondendo a presidente da câmara que está atenta a situação. Está atenta há 35 anos?!
Na entrada da discussão das Moções apresentadas, o CDS apresentou a moção para defender e preservar o Cruzeiro de Vale Rosal, uma moção onde propunha espaço para a oposição no boletim mensal utilizado para propaganda da câmara municipal, e a moção a favor da preservação das Terras da Costa.
A todas elas o Partido Comunista e os Verdes votaram redondamente contra, apresentando como justificação que o CDS quer é fazer barulho e insistir na cruzada cega contra a câmara municipal.
O CDS não quer deitar abaixo a câmara por deitar, nem diz mal por dizer, assim o faz pois, esta câmara municipal já não tem condições para manter uma governação séria sendo muitas das vezes despesista e incumpridora das suas obrigações.
O CDS continuará a defender o património histórico do concelho, como continuará a defender as Terras da Costa contra o crime ambiental e a especulação imobiliária, como se baterá pela institucionalização de uma participação democrática mais transparente e igual para todos.
A restante oposição absteve-se nas moções do CDS. Menos mal. A oposição já está a reagir ao CDS. Esperemos que assim continue e deixe de ser acanhada, pois correm o risco de ser fortemente penalizada pelos almadenses que simpatizam cada vez mais com o CDS.

O Bloco de Esquerda começou por apresentar uma Moção segundo o titulo "Contra o Racismo" o que pensamos que é uma falácia e uma tentativa de arrastar o voto favorável apelando à emoção.
O tema era a situação de expulsão da comunidade cigana romena pelo governo francês.
Achamos nós, para além de uma tentativa de ingerência de um país soberano, a moção pelas razões apresentadas, não são suficientemente fortes para justificar o voto favorável do CDS pois, limita-se a chamar de racista indirectamente à França, o que para quem sempre lutou contra as ditaduras e forças xenófobas e racistas como por exemplo a Resistência Francesa, é exageradamente fora do contexto, e para marcar agenda.
Voto Contra da bancada do CDS, votos favoráveis de toda a oposição embarcando no politicamente correcto mas quiçá, pensando como CDS.
A Moção Ecalma, apresentada pelo Bloco de Esquerda onde propõe alterações ao modo de actuação da empresa municipal desce à Comissão de Líderes sendo debatida hoje.
No que respeita à Moção do Metro Sul do Tejo, a mesma foi proposta e votada ponto por ponto tendo tido fotos favoráveis de todas as bancadas municipais em todos os pontos da votação, com excepção da abstenção da CDU no ponto 3.
No que respeita à Moção do Orçamento de Estado teve os votos favoráveis de todas as bancadas à excepção do PS que como era de esperar votou Contra.
A CDU/Partido Comunista, apresentou como moção um melhor MST nomeadamente a junção do passe social aos seus utentes. Pena que não pense fazer o mesmo em relação ao Flexibus. Teve voto por unanimidade.
No que respeita ao Hospital Garcia de Horta, onde se pede uma maior intervenção a votação foi também por unanimidade.
De realçar ainda a moção apresentada pelo Partido Comunista onde impede as grandes superfícies de abrirem ao Domingo, o que iria criar mais precariedade laboral e asfixiar ainda mais o comércio tradicional. Teve o voto favorável do CDS e o voto contra do PS e PSD.
Vamos ver se não há depois uma jogada de bastidores contornando a lei e permitindo na prática a sua abertura.
De ressalvar a moção apresentada pelo PSD a favor de um Terminal Rodoviário que já faz imensa falta na cidade de Almada, pois, é um ponto de convergência de transportes e passageiros sendo praticamente a porta Sul de Lisboa, e neste momento é deficitário. Votos favoráveis por unanimidade.
De relembrar que a intervenção da presidente da câmara Maria Emília de Sousa, à resposta à moção na defesa das Terras da Costa pelo CDS/PP, em nada vem adiantar as suas falsidades sobre o assunto tendo mesmo mandado distribuir pelas bancadas municipais um documento que em tudo distorce a verdade dos factos, chegando mesmo a intimidar no final do documento quem se oponha ou discorde dos seus intentos.
À senhora presidente Maria Emília de Sousa, respondemos que não vale a pena ir por ai, até porque, o CDS não está sozinho nesta luta e mais tarde ou mais cedo terá uma grande surpresa que a fará com certeza absoluta desistir deste crime ambiental e social em que insiste; é que o CDS também percebe de leis e também tem memória......
A resposta à Moção do Cruzeiro foi uma cópia do que já tinha respondido ao munícipe, e em resposta à Moção do Boletim (Pasquim Municipal do Executivo) respondeu um deputado municipal do Partido Comunista, que o respectivo boletim, é exclusivamente para o executivo e que não abre mão à oposição. Os munícipes tirem as suas conclusões.
O CDS/PP apresentou ainda um voto de pesar pelas mortes dos bombeiros ocorridas neste verão ao serviço de todos nós e do nosso património. Aprovado por unanimidade.
Houve ainda tempo por parte da CDU através de uma Declaração Política como já tivemos oportunidade de aqui postar, de fazer o seu famoso papel de vitimização para conspurcar as paredes do concelho com frases ditas em prol dos trabalhadores mas que não passam de exaltações a ditadores extremistas que felizmente o mundo rejeitou. Não merece muitas linhas de resposta.

No ponto de apresentação da actividade municipal a presidente da câmara como já vem sendo hábito, limitou-se a fazer a sua propaganda em estilo de comício com os habituais ruídos de fundo e apupos lamentáveis vindos inclusive das claques organizadas no público sempre que a oposição discordava quer do rumo da política executiva, quer da forma atabalhoada como ela é apresentada em cadernos aos deputados à excepção do SMAS onde a apresentação é muito cuidada e rigorosa.
O CDS teve ainda oportunidade de denunciar mais uma vez, o abandono em que se sentem os habitantes do Vale da Sobreda, onde lhes cortaram mais uma das poucas entradas que os mesmos têm para acesso às suas casas. O CDS estará atento ao desenrolar da situação, pois pelos vistos mais nenhum partido tem interesse neste problema do Vale da Sobreda.

Na discussão e votação da restruturação dos serviços quer da CMA quer do SMAS, o CDS tem uma visão pessimista deste desgoverno despesista e clientelista (pode consultar a posição e discurso do CDS no blog almadaXXI.blogspot.com neste ponto).
O CDS votou contra este ponto, e absteve-se no que indica a organização do SMAS pois, ainda vai sendo um organismo que funciona mais ou menos bem comparando com a própria estrutura da CMA.
Ainda na organização do SMAS a restante oposição tal como o PCP votaram a favor.
Já no que respeita à organização da câmara municipal os votos contra foram do CDS, PS e PSD com os votos a favor do Partido Comunista e do já esperado Bloco de Esquerda que é um apêndice e tem sido o balão de oxigénio da CDU ínclusive tendo já feito uma "vítima" na sua bancada municipal.
Na questão da Derrama municipal o CDS votou contra a aplicação de mais uma taxa aos comerciantes e ás empresas já de si asfixiadas.
No Imposto sobre Imóveis o CDS teve liberdade de voto, pois se é verdade que em tempo de crise e com falta de incentivos muitos proprietários não têm verbas nem lucros para fazer obras de reabilitação, é também certo, que muitos deles de forma desleixada e passiva não cumprem com as suas obrigações deixando propositada e "inteligentemente" degradar os edifícios colocando em riscos a segurança de bens e munícipes.
Há urgente necessidade de haver um diálogo aprofundado nesta a matéria sob pena de termos uma cidade cinzenta e degradada.
O deputado municipal António Pedro Maco absteve-se, e o deputado municipal Fernando Pena votou contra.
No último ponto estava em discussão a alienação de parcelas de terreno para a construção de parte do troço do IC32 ao que o CDS, informa que além de ser apresentado em cima da hora é insuficiente para uma boa e consciente interpretação dos factos, e jamais o CDS/PP, passará um cheque em branco a este executivo que finge que governa o concelho de Almada.

P.S. - Se alguns dos sentidos de voto indicados não correspondem ao verdadeiro sentido de voto, as nossas antecipadas desculpas pelo lapso.