sexta-feira, 13 de julho de 2012

Pelouro Comunicação e Imagem do CDS-PP Almada - Ciclo de Entrevistas (Presidente do CDS-PP Almada António Pedro Maco)



O Pelouro de Comunicação e Imagem da concelhia do CDS-PP Almada tendo em conta o seu Plano de Trabalho Concelhio apresentará uma serie de entrevistas a publicar no blogue concelhio do CDS-PP Almada iniciando esse ciclo com uma entrevista ao presidente da concelhia António Pedro Maco que nos deixa algumas palavras em relação à actividade autárquica e concelhia em Almada.

A Terminar o terceiro ano de mandato na Assembleia Municipal de Almada é altura de fazer um balanço do que têm sido estes anos como Deputado Municipal e à frente da concelhia do CDS-PP Almada 


Estando já há bastantes anos no CDS-PP e tendo feito parte da antiga Juventude Centrista e da JP- Juventude Popular olhando para trás e tendo em conta o cenário politico e partidário actual, que modificações substanciais encontra desses tempos para hoje?



- Entrei para a política partidária propriamente dita na altura em que o CDS, depois de alguns anos apelidado do “partido do táxi” começava a dar mostras de uma revitalização acentuada e de uma nova dinâmica com um programa mais arrojado apostado num novo paradigma virado para as gerações futuras e com uma postura forte e mesmo com uma imagem totalmente renovada em busca de novos eleitores.

Foi a primeira vez que se interessou pela política?

- Não. Digamos que foi a primeira vez em que participei e colaborei activamente num partido político tendo começado na JC-Gerações Populares onde tive o primeiro contacto com as lides partidárias e as juventudes partidárias. Existia uma grande união e amizade entre os membros da JC e entre a JC e o próprio partido o que fez com que se tornasse mesmo uma escola de valores e de cidadania que convergia num trabalho e interacção mútua que só poderia ter dado os frutos que deu. 
Foi a JC-GP um verdadeiro exemplo de dedicação e entrega à causa partidária onde se fizeram amizades para a vida e que despultou para o que é hoje em dia o CDS-PP um partido de governo e um partido verdadeiramente voltado para as pessoas onde o principal objectivo é fazer cumprir Portugal país fundado em 1143.

Mas até ai não teve qualquer contacto com a política certo?

- Quando era mais novinho lembro-me perfeitamente de acompanhar as campanhas do Freitas do Amaral e toda a azáfama e colorido da mesma. Lembro-me da passagem do mesmo por Oeiras onde eu morava na altura e que resultou numa autentica festa com um banho de multidão onde andávamos a apanhar os autocolantes e panfletos que na altura era moda lançarem-se pela janela (risos..) e que hoje em dia, felizmente, não é possível e acho muito bem. As pessoas não podem ser demasiadamente intoxicadas com propaganda política e muito menos que a propaganda política suje aquilo que é de todos.

As campanhas eram na altura mais emocionantes é isso?


- Não necessariamente. Talvez na altura a Democracia ainda fosse uma criança e as coisas viviam-se com uma paixão mais intensa. A conquista do povo pelas ideias era uma atracção vivida de uma maneira bem diferente da de hoje onde muitas das pessoas estão desiludidas com a política e com os políticos. Talvez as emoções e expectativas quer das pessoas quer dos partidos políticos fossem outras o que levava a que as coisas fossem vividas de uma maneira mais efusiva. Não quero dizer que agora não seja, mas a conjuntura social e política eram bem diferentes e naqueles anos era normal as pessoas respirarem política.

Voltando às diferenças de quando entrou para a JC e para as de hoje no CDS-PP, que nota assim de mais marcante e de diferente na vida do partido?


- O partido cresceu, e muito. Tornou-se muito mais eficiente, mais dinâmico, há mais entrosamento e uma maior interacção entre as estruturas e os militantes pois houve, e continua a haver, uma grande procura  por parte das pessoas para escolherem o CDS-PP como o partido de eleição. Nos dias de hoje as pessoas identificam-se muito quer com a liderança de Paulo Portas quer com as propostas e programa do partido. 
É, hoje em dia, um dos partidos mais importantes e necessários à democracia e indispensável para o arco da governação. 
Sendo assim, é normal que as diferenças de hoje sejam marcantes com as da altura, se bem que a entrega por parte das pessoas que no CDS-PP militam continue a ser de uma entrega inesgotável e  viu-se, por exemplo, aqui no distrito de Setúbal onde num distrito tão adverso, o entusiasmo que foram os dias de campanha e de pré-campanha onde todos se entregaram como nunca visto. 
Sentíamos na rua que poderíamos ter um bom resultado e assim foi. 
Como na altura, o partido tinha bons quadros, alguns acabados de sair da JC que, tal como agora, muitos dos que militaram na JP têm hoje cargos e responsabilidades de relevo como presidentes concelhios, presidentes distritais, autarcas, deputados, secretários de estado e ministros. 
É para mim, um enorme orgulho, ter pertencido à juventude partidária do CDS-PP e ver os meus colegas e amigos em lugares dessa importância enaltecendo todo o esforço que foi feito ao longo de anos. A grande diferença talvez seja o cada vez maior numero de pessoas que aderiram ao CDS-PP deixando o partido de ser um mero partido de quadros para se tornar um grande partido nacional pois de resto, o partido continua com a mesma força e empenho. Há muita gente nova que entra com toda a garra para o CDS-PP. 
Uma das diferenças significativas penso que seja com o aumento da militancia, aumenta o número de estruturas, muitas delas onde a representação do partido a nível local era quase zero. 
É de louvar o excelente trabalho dos vários secretários-gerais do CDS-PP dos últimos anos, vindos alguns da JC que muito contribuíram para a implementação e reimplantação do CDS-PP pelo país de norte a sul.

Mais militantes, mais representação do partido. Acha que também foi isso que se passou com o distrito de Setúbal e no concelho de Almada? Chegou a ser presidente da Juventude Centrista de Almada certo?


- Sim, cheguei. Sucedi ao meu grande amigo de lutas no distrito João Noronha que tal como eu, hoje é autarca e presidente da concelhia do Seixal e que já nessa altura, conseguíamos ter uma concelhia bastante pró-activa e bastante trabalhadora. 
Foi, sem dúvida, uma grande escola não só ao nível político, mas uma verdadeira escola de vida. Ficarei sempre grato à JP pelo que aprendi e cresci neste grupo de amigos fantástico, bastante profissional e que hoje tenho todo o gosto em trabalhar com eles no CDS-PP. 
Fui ainda presidente do Congresso Distrital num dos congressos mais disputados e renhidos da JP no distrito de Setúbal, e era o representante da Juventude Popular na Distrital de Setúbal do CDS-PP

Pela maneira que fala até parece que nunca houveram querelas...

- Não foi tudo unânime não, e ainda bem. Somos, felizmente, um partido que se rege pelos valores da democracia e da pluralidade de opiniões. 
Sempre me habituei à discussão dentro das instituições do partido onde essa discussão clara e democrática sempre foi uma mais-valia para o crescimento do mesmo. 
É assim em qualquer partido democrático e o CDS-PP não é, nem deve ser, excepção. Guardo boas recordações da JP onde tive vitórias, mas também tive derrotas, e é assim que temos de saber viver. O “Chegar, Ver e Vencer”, é um mau princípio; apanágio da arrogância e da falta de humildade onde normalmente depressa se sobe, mas logo bem rápido se cai. Deve haver discussão de ideias, deve haver debate interno agora, dentro de determinados padrões que o CDS-PP nos habituou, ou seja, com seriedade, frontalidade e hombridade. 
A Política deve ser uma actividade nobre e de prestação de serviço à comunidade sendo a mesma demasiada seria para ser usada por indivíduos desprovidos de carácter com intuitos menos claros e escondidos, e falo no geral e em todos os partidos não só no CDS-PP. 
O baixo nível na política revela falta de valores e má formação. O assalto ao Poder apenas pelo Poder, deve ser frontalmente combatido na sociedade onde se querem pessoas capazes por aquilo que lhes é reconhecido e não por aquilo que por vaidade ou interesses pessoais reconhecemos a nós próprios.

E no distrito de Setúbal e em Almada? Tem vindo sempre a subir. É para continuar?


- Continuo a dizer que só a falta de humildade na política leva a grandes oscilações repentinas que, mais tarde ou mais cedo, se revelará que não passaram de meros enganos circunstanciais. Felizmente em Almada, temos a humildade de saber olhar para os resultados eleitorais, perceber e saber o lugar que ocupamos tentando sempre fazer o nosso melhor. Mas atenção, as euforias desmedidas normalmente pagam-se caras, e elas quase sempre não têm sucesso ou por falta de experiência ou resultado de ambições descontroladas que podem causar danos irreversíveis ao partido.
Desde que haja motivação, empenho e acreditar numa equipa e num projecto, penso que o CDS-PP poder voltar a ter bons resultados no distrito de Setúbal tal como em Almada.

Acredita que uma boa equipa é meio caminho andado para o sucesso?

- Claramente. Nem mesmo nos desportos singulares, como por exemplo no ténis, natação, formula 1, xadrez, além do protagonista há sempre uma equipa a trabalhar por detrás dele. Nem as maiores vedetas do futebol, sozinhas não teriam qualquer sucesso. E em Almada evitam-se as vedetas e promove-se o colectivo. Damos muito valor ao grupo de trabalho.

.Por falar em equipas fez parte como membro efectivo da Direcção da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - ISCSP- da Universidade Técnica de Lisboa aquando do seu curso superior de Ciência Política na área de Administração Pública. Ai tinham mesmo de trabalhar em equipa devido à particularidade como o orgão estava estruturado ou não?

- Correcto. Os comunistas durante muitos anos detiveram em sua posse a direcção da AEISCSP e conseguiram alterar os estatutos para que a direcção passasse a funcionar em modo colegial à boa maneira de um comité central. Como se poderá calcular, alterar os estatutos numa faculdade requer uma mobilização mínima considerável para mexer nessa matéria e como o que estava em causa era o funcionamento da mesma deixou-se ficar como estava. 
Era membro efectivo desse mesmo órgão de direcção e tinha a meu cargo o Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais –GESP- .
Foi uma experiência muito relevante onde aprendi imenso e que me deu muito orgulho de pertencer mais que não seja, porque as forças de esquerda que durante muitos anos se mantinham na AEISCSP  exactamente no dia em que o Fidel Castro veio pela última vez a Portugal ganhámos a associação. Foi uma noite inesquecível.

Mas as associações de estudantes não devem ser apartidárias?

- Talvez o ideal seria assim, mas como o associativismo implica também seguir um caminho com ideias, projectos e tomar um rumo, e sendo que esses mesmos projectos e ideias normalmente vão de encontro a um ideário e uma maneira de estar na sociedade, não me choca que no mesmo meio haja política desde que não se atropele e não prejudique propositadamente ninguém e que o façam sempre de uma forma democrática e transparente.

Como chegou à AEISCSP?

- Surgiu de uma forma natural com o convite de alguém que por acaso, hoje é deputado na AR e presidente de uma juventude partidária e que estava empenhadíssimo em organizar uma lista para a Associação de Estudantes do ISCSP e sabendo ele que eu era da Juventude Popular, pensamos em unir esforços para criar uma equipa com um projecto vencedor. 
E assim foi. Tenho muito boas recordações desse grupo de trabalho e dessas pessoas. Foi um trabalho de equipa fantástico. 

Está como presidente da Concelhia de Almada desde 2009 altura em que foi incentivado a pegar no partido em Almada. Como tem sido este tempo em que está à frente do CDS-PP de Almada? Que balanço faz? Tem sido positivo?

- Esse desafio me colocado em 2009 primeiro pelo meu colega de Bancada Municipal Fernando Pena seguido também pelo actual líder da Bancada Parlamentar do CDS-PP na AR Nuno Magalhães, foi visto na altura como uma grande responsabilidade, como foi visto também, como uma missão que tinha tudo para ser Impossível havendo mesmo muitas vozes que me aconselharam a não arriscar, pois o partido estava com um score eleitoral em Almada de cerca de 2%, 3%, o que para um partido como o CDS-PP era verdadeiramente dramático.

Então e porque aceitou? Tinha consciência do que estava a fazer na altura?

- Eu consciência tive sempre. Sempre soube que ia ser difícil e que os últimos resultados tinham ficado muito aquém das expectativas e que partíamos praticamente do zero.

E avançou porque…..?

- Ao princípio não aceitei, achei que ainda não era altura para ser presidente de uma concelhia do CDS-PP; mas talvez aquele espírito e irreverência que trazia ainda um pouco dos muitos anos de JP levaram-me a acabar por aceitar. Foi uma decisão muito bem ponderada, mas hoje, olhando para trás e vendo o que até aqui foi feito, só tenho de ficar satisfeito pelo excelente trabalho que conseguimos ao longo destes últimos anos.

Foi difícil?

- Logo de início sim. Conseguiu-se criar uma equipa de raiz, pois há muito que o CDS-PP, por razões que não vale a pena aqui aflorar, estava completamente desaparecido do espectro político em Almada. Não havia concelhia já há uns bons anos e não se ouvia falar em CDS-PP em Almada.

A que se deve essa situação?

- Como eu digo não vou entrar por ai, mas sem dúvida, que vicissitudes internas quer no concelho quer no distrito, foram responsáveis por este afastamento do CDS-PP dos Almadenses, tal como a falta da preparação e alicerces de um legado que pudesse ter ficado para dar continuidade ao partido. 
Os partidos devem ter continuidade, as pessoas é que o vão servindo e mudando; assim é que deve ser e isso não houve em Almada. Respeito todos os ex-presidentes, autarcas que o partido teve no concelho, as pessoas que a ele se dedicaram, mas não souberam criar bases e deixar o partido preparado para quem viesse a seguir e isso, é crasso e corta completamente com a sustentabilidade e representatividade de um partido. 
Teremos muito cuidado quando um dia esta equipa terminar o seu projecto em deixar o partido estável e em boas mãos para que quem venha depois lhe possa dar continuidade.

E como se faz isso?

- Acima de tudo ter trabalho feito para quem vier não tenha de partir do zero como nós partidos. Depois, deve-se dar oportunidade às pessoas e ir dando-lhes espaço para que todos possam mostrar o seu valor enquanto militantes, autarcas etc, e apostar em quem verdadeiramente trabalha para a equipa e pelo amor à camisola. 
Paraquedistas, gurus, inexperientes, megalómanos,  oportunistas, visionários e todos os demais que não tenham como finalidade o seu empenho em prol do partido devem ser preteridos para esse testemunho.

Voltando a 2009……

- Sim, soubemos criar um grupo de trabalho que conseguisse aos poucos reimplantar o CDS-PP em Almada e preparar as eleições autárquicas de 2009 que, apesar de tudo, e de ter valido a pena foi uma enorme epopeia não só porque não tínhamos qualquer base, mas também porque Almada é muito Esquerda (ainda). Posso dizer que em 2009 quando o partido reaparece na cena político-partidária primeiro troçaram, mas, felizmente, depois de verem que estávamos bem organizados, de início espantaram-se, e depois já não gostaram. (risos..) Éramos uns intrusos que nos vínhamos meter num jogo político já bastante “viciado” e que não era bem visto mais um a intrometer-se. Tivemos mesmo algumas situações mais desagradáveis quando os partidos políticos em Almada não reconheciam legitimidade ao CDS-PP para estar ao lado deles a indicar pessoas para as mesas de voto, pois achavam que por termos estado arredados durante tanto tempo não tínhamos esse direito. 
É óbvio que batemos o pé e muito contra a vontade dos mesmos lá conseguimos indicar os nossos militantes. Humildes, mas sem mostrar medo.

E como foi entrar assim logo e pegar numas autárquicas?

- Não foram só autárquicas. Nesse ano foram três eleições. Primeiro Europeias, embora não tivesse tanta expressão ao nível de trabalho concelhio, a seguir legislativas, essas sim, foram cerca de dois meses pelo distrito todo, e por fim, acabados de sair de um domingo de Legislativas, entrámos oficialmente na campanha autárquica. Foi um ano de muito trabalho, de muitas peripécias, de muito rigor, muito empenho e de muita união. 
Como já disse antes, só com um grupo muito unido, bem organizado e a caminhar com o mesmo objectivo, se tem vindo a conseguir bons resultados desde 2009. 
No caso das autárquicas em Almada, quer eu quer as pessoas que faziam parte da equipa na altura, já eram bastante conhecedoras da realidade do concelho estando assim tudo mais facilitado. 
Tivemos a ideia de apostar num candidato do concelho que já tinha, inclusive, sido autarca pelo CDS-PP em Almada e em pessoas do concelho já com experiência onde levávamos um incentivo e uma bagagem muito maior do que se tivéssemos começado tudo do início com alguém sem visibilidade, sem experiência partidária e/ou autárquica, e isso foi fundamental para termos tido o melhor resultado de sempre no concelho desde a fundação do partido, facto que nos deve orgulhar a todos. 
Foi-se falando com as pessoas e elas foram aparecendo e os convites começaram a ser feitos. Isto não tem nada de novo. Tínhamos um projecto e um programa eleitoral moderno, arrojado e virado para aquilo que devem ser as cidades do Séc XXI. Aliás, continuamos a apostar nesse projecto que não se esgotou em três meses de campanha nem se pode esgotar em quatro anos de mandato, pois o que apresentámos e propusemos em 2009 pouco ou nada foi concretizado pelo executivo comunista; Almada continua a ser uma terra de oportunidades adiadas e o CDS-PP em Almada tem ideias e respostas. Os partidos, pelo menos os sérios, não se devem resumir a um conjunto de ideias transcritas de manuais académicos de quatro em quatro anos, como se de um cartaz de circo se tratasse e que tem de ser mudado de vez em quando para mostrar algum espectáculo que não passa disso mesmo, espectáculo.. 
Há imensa coisa ainda por cumprir no concelho de Almada e esta concelhia e esta equipa do CDS-PP mediante o que propôs, terá, sem dúvida, novas ideias e novas respostas.

E que balanço faz do trabalho dos autarcas do CDS-PP em Almada?

- O balanço tem sido positivo. O trabalho tem sido feito com entusiasmo e toda a dedicação. 
A política em Almada estava muito amorfa e sem chama; as maiorias absolutas, absolutistas e obsoletas comunistas sucediam-se e não havia uma oposição que pudesse chamar a atenção aos executivos dos verdadeiros problemas do concelho, tudo muito a medo e muito cirúrgico. Lembro-me que na primeira sessão de Assembleia Municipal de Almada, o CDS-PP apresentou logo um documento onde defendia acérrima e inequivocamente as Terras da Costa que, como se sabe, são campos de cultivo na Costa da Caparica de rentabilidade e clima únicos que dão os melhores produtos da terra e que a Câmara Municipal de Almada teimava, e teima, em destruir. 
Começamos desde início a marcar a nossa posição e penso que compreenderam logo que o CDS-PP e o seu Grupo Municipal não iriam estar passivamente a ver o executivo comunista a delapidar o que de melhor o concelho tem. Sem querer ser imodesto, penso que o Grupo Municipal do CDS-PP trouxe uma nova postura desprendida de fazer política em Almada e que terá arrastado os outros partidos da oposição. 
Lamentamos, o facto de não termos conseguido eleger um Vereador que não tenho dúvidas, teria feito toda a diferença, pois embora o executivo comunista não tenha já a maioria na câmara, um ou outro partido da oposição, acabará sempre por fazer o favor ao partido comunista. 
Perdeu-se aqui uma grande oportunidade de mudar Almada. O Povo saberá identificar os responsáveis.

Quer identificar um bom e um menos bom momento enquanto deputado municipal e líder da 
bancada do CDS-PP na Assembleia Municipal de Almada?

- (pausa…) Momentos menos bons, e falo politicamente porque apesar das diferenças ideológicas consegue-se ter sempre um ambiente cordial e respeitador, salvo raríssimas excepções, terá sido não na própria assembleia municipal, mas sim, quando a câmara de Almada tentou invadir e expropriar violentamente os agricultores das Terras da Costa, invadindo propriedade privada em pleno Séc XXI fazendo-nos regressar aos mais sórdidos tempos do PREC. 
Lembro-me nessa manhã ligar-me a Luísa Lima, hoje vogal do CDS-PP de Almada, desesperada e só dizia: “polícia, agricultores, invasão, violência, fiscais da câmara”, e outras palavras perfeitamente normais de quem estava aflitíssima com tamanha injustiça. Liguei para o meu colega de bancada Fernando Pena, e pouco tempo depois estávamos no local onde encontrámos um cenário que nunca imaginaríamos ver num mundo moderno e com leis. Passado cerca de uma hora o deputado do Grupo Parlamentar do CDS-PP Nuno Magalhães, estava também ao nosso lado e ai, toda a gente percebeu que o CDS-PP estava na defesa das Terras da Costa e de centenas de pessoas vítimas da força bruta comunista que colocava em risco os seus postos de trabalho.
O Bloco de Esquerda ainda tentou demonstrar que o CDS-PP queria fazer da situação aproveitamento político, mas de nada serviu, pois há muito que o CDS-PP vinha em defesa dos mesmos e curioso, foi ver o Bloco de Esquerda que desde que elegeu um Vereador, esqueceu as Terras da Costa

Foi só esse?

- Digamos que este foi O momento pior do mandato, e duvido que pior ainda venha a acontecer; mas houve momentos lamentáveis como na cerimónia do 25 de Abril na Trafaria em 2010 aquando do discurso do CDS-PP muitos dos presentes no público começaram a vaiar o CDS-PP com impropérios despropositados e ofensivos próprios de arruaceiros e onde a srª presidente da câmara de Almada demonstrando uma grande falta de educação e de sentido democrático, abandonou a sala acompanhada de mais uns quantos vereadores e deputados do partido comunista regressando no final do discurso. 
Depois já tivemos também, situações caricatas e ridículas como a justificação do partido comunista para chumbar a Moção do CDS-PP que sugeria que fossem colocados aparelhos de ginásio adaptados ao ar livre no parque da cidade (Parque da Paz) como os que já são usados em diversos parques ao ar livre e de uso gratuito, o partido comunista inviabiliza a mesma, pois afirma que os mesmos teriam de ter permanentemente um médico ao seu lado. (risos…) Ainda um momento desprestigiante não só para quem o preferiu, mas para toda a assembleia municipal foi quando um deputado da oposição se dirigiu ao meu colega de bancada numa assembleia realizada na Charneca da Caparica de uma forma tão brejeira e vulgar que tive como líder da bancada municipal do CDS-PP pedir a intervenção do presidente da assembleia. Lamentável. 
O momento mais feliz terá a ver também com as Terras da Costa quando o Tribunal de Almada condenou a câmara municipal de esbulho violento contra os agricultores onde o CDS-PP esteve mais uma vez, e podemos ver a cara de alegria e satisfação dos mesmos por ser reparada tamanha injustiça.

No global o CDS-PP tem cumprido certo?

- Sim, mas deixe me dizer-lhe que no respeitante ao trabalho realizado e apresentado pelo Grupo Municipal do CDS-PP que por puro sectarismo, tudo o que tem vindo do CDS-PP o partido comunista inviabiliza. 
O CDS-PP tem agido em conformidade com a sua matriz ideológica e com as necessidades e anseios das pessoas e isso reflecte-se nas Moções e Projectos de Recomendação entre outros já apresentados em assembleia municipal, como foi o caso do plano gerontológico apresentado o ano passado onde se pretendia melhorar a vida dos idosos do concelho e que a bancada comunista chumbou, mas que depois mais tarde, veio a apresentar um plano deveras muito semelhante ao do CDS. Uma outra Moção chumbada pelo Partido Comunista e Bloco de Esquerda, os que se dizem defensores dos oprimidos, foi a da criação de condições com o apoio da Câmara Municipal de Almada para que os excedentes diários alimentares de cantinas, refeitórios, snack-bares, restaurantes etc, fossem canalizados para as famílias mais desfavorecidas do concelho. Também esse foi chumbado com um argumento frio e desprovido de humanidade. Ainda na última sessão o mesmo partido comunista com a abstenção de Bloco de Esquerda e do PS, este ultimo tentando minimizar a Moção do CDS-PP com uma rasteira descontextualizada, chumbou aquilo que se pretendia que era que as cantinas das escolas pudessem estar abertas no horário de almoço no período de férias escolares para que as crianças mais desfavorecidas do concelho pudessem ter uma refeição condigna

E foi chumbado pela CDU?  

 Sim, foi chumbado pelo partido comunista e o PS absteve-se tentando baralhar o jogo tal como o BE

Voltando ao trabalho concelhio, que planos tem de futuro para o CDS-PP em Almada? Para o ano há eleições autárquicas…

- O futuro do CDS-PP em Almada está como eu disse hà pouco, a ser preparado no presente com pessoas capazes, dedicadas, experientes, mas também com aquelas que se têm ultimamente juntado a nós e que com um enorme empenho e esforço têm conseguido colocar o nome do CDS-PP através do seu trabalho no plano político e social em Almada no lugar merecido. Temos uma equipa de trabalho que tem ideias, tem propostas, tem ambição de fazer mais e melhor pelo partido e que não baixa os braços e enfrenta frontal e decididamente os obstáculos que vão aparecendo e que há necessidade de os contornar

Mas e planos? Falou-me à pouco de ideias e propostas? Quer exemplificar?

- Com certeza, contudo deixe-me lhe dizer primeiro como é que isso é possível. A concelhia está organizada em Pelouros e Grupos de Trabalho que discutem, planeiam, estudam e organizam o trabalho político e social da concelhia. É uma forma de todos contribuírem e colaborarem com o esforço e trabalho da concelhia. Uns são mais úteis em determinadas matérias outros noutras e assim, sucessivamente, chega-se ao colectivo final. 
Não há experts em todas as pastas, e quem se achar conhecedor-nato em tudo é, na realidade, provido de nada. 

E esses Grupos de Trabalho funcionam?

- Muito bem mesmo. Dou o exemplo do Grupo de Trabalho do Ambiente, Cultura e Património Local onde o ambiente de trabalho é muito bom e bastante produtivo. Dará a seu tempo, resultados e mostras do seu empenho. Posso dar também o exemplo do Pelouro de Segurança e Protecção Civil da concelhia que reuniu em Maio último com o Secretário de Estado da Administração Interna e posso-lhe garantir que a audiência bastante profícua. 
De resto criou-se como é sabido, a Comissão de Coordenação Autárquica da concelhia onde discute, analisa, prepara, elabora e programa toda a matéria autárquica da concelhia e que tem vindo já há bastante tempo a trabalhar nas autárquicas 2013 e que está a coordenar toda a pasta.

Como estão as autárquicas? Pode-nos dar algumas indicações ou ainda está guardado a sete chaves?

- De forma alguma, mas vamos por partes. O CDS-PP não esgota as suas ideias e propostas nem em campanhas nem defende uma coisa hoje e amanha outra.
Há ajustamentos a fazer e novas ideias a englobar é verdade; mas em concreto vamos na mesma matriz de 2009 onde pretendemos uma cidade sustentável com melhor ambiente, menos poluição, defesa e protecção da paisagem natural riquíssima que este concelho tem e que tem sido tão esquecida e mal tratada. 
Os apoios sociais como um dos pilares ideológicos democratas-cristãos do CDS-PP, a Segurança que tanta falta faz para que as cidades vivam livremente, um melhor e pensado urbanismo com mais espaços verdes e de lazer onde faça crescer os níveis de qualidade de vida dos almadenses, fomentação do turismo através de verdadeiras e modernas apostas na paisagem e produtos locais que tanto faltam explorar, a revitalização do tecido empresarial com incentivos e criação de emprego local, e uma verdadeira aposta no rico património que o concelho de Almada tem e que está desleixado e votado ao abanado, são estes alguns dos temas entre outros claro, que o CDS-PP Almada tem para que possamos já em 2013 ajudar a mudar, para melhor.
Temos um rumo, temos um caminho. O Programa eleitoral de 2009 é ainda para cumprir como outras matérias e realidades que formos adquirindo e conhecendo ao longo dos quatro anos de mandato. 
Não faria sentido algum que um partido tivesse um programa e passado quatro anos esquecer o mesmo quando maior parte do que foi idealizado e pensado para esse programa eleitoral anda está por cumprir e realizar no concelho de Almada.

Normalmente as ideias têm caras. O CDS-PP em Almada tem o trabalho de casa já feito?

- Como assim? Está a referir-se a pessoas? Candidatos?

Sim, pessoas, candidatos

- Bem, eu prefiro falar de equipa.                                              

Mas a equipa é feita de pessoas, ou não?

- É sim.

Já há candidatos?

- Veja, os candidatos são de certeza muito importantes pois são eles que dão a cara por ideias, por projectos e pelo partido, é verdade. Mas, os munícipes estão fartos de pessoas e de candidatos. O que eles querem é acima de tudo, repostas para os seus problemas e soluções para mudar Almada. Mas vou-lhe responder; não é de hoje, neste mês de Julho, nem desde há um ano que o CDS-PP em Almada está a pensar em melhorar a vida aos almadenses e em ter um bom resultado para ganhar mais confiança dos mesmos em 2013. Como eu costumo dizer, isto começou em 2009 quando fecharam as urnas e o CDS-PP elegeu autarcas. É desde ai que se deve começar e é isso que tem vindo a ser feito. 
A concelhia e a Comissão de Coordenação Autárquica do CDS-PP Almada criada mesmo para esse efeito, há muito que está a tratar do assunto juntamente com o coordenador autárquico distrital e também com a coordenação autárquica nacional onde já fomos recebidos. Há muito trabalho já feito, muito trabalho de campo, de pesquisa, com colaboradores externos ao partido da sociedade civil, muitas reuniões, muita ponderação e sobretudo, muita sensatez pois as eleições autárquicas não podem ser encaradas como mais uma folia onde se aproveita para umas fotografias muito maquilhadas e enriquecimento de currículo e muito menos para o trampolim da fortune and glory. São eleições muito sérias, onde mexe com os destinos de um concelho e têm de ser apostas muito bem pensadas e não de ânimo leve ou fruto de caprichos levianos e pessoais. 
O CDS-PP já tem um conjunto de pessoas entre militantes e independentes que estão a trabalhar com o melhor empenho nas candidaturas às juntas de freguesia estando já no terreno a fazer o levantamento de problemas e a preparar as melhores respostas para apresentar aos munícipes, incluindo o candidato a Câmara Municipal de Almada pelo CDS-PP que está no bom caminho, mas que não vou desvendar quem será a aposta do partido para seja o CDS-PP no próximo ano em Almada uma alternativa credível. 
Não falo para já de pessoas nem nomes, falo sim, de projectos. As pessoas, as caras irá ser dado conhecimento público a seu tempo

É a favor de Coligações?

Cada partido deve ter o seu caminho, as suas ideias, os seus projectos, as suas propostas e programas eleitorais. Cada partido deve confiar em si próprio e nos seus valores. 
O CDS-PP está, e estará preparado para ir às urnas no próximo ano pelo seu pé. 
As coligações não devem ser uma vontade apenas dos partidos em questão mas sim, da vontade das pessoas, neste caso dos almadenses. É prematuro falar de cenários, mas sendo um partido responsável que não foge às suas obrigações e que tem em mente dar o melhor contributo para a vida das populações não fecha, mas também não escancara portas ao vizinho do lado. 
Temos o nosso caminho, e é com ele que estamos a trabalhar. O futuro vem lá mais à frente.

Isso quer dizer afinal que é a favor das coligações? Ficámos na mesma….

- As coligações são feitas todos os dias com os militantes e com as pessoas. É com elas que primeiramente nos devemos juntar e conversar, o resto é acessório. Mas uma coisa eu garanto desde já, coligações para coligar simplesmente lugares, despidas de ideias e de propostas decidida e redondamente, Não. 
O CDS-PP tem uma história, um passado a honrar e um futuro para construir.

Muito bem. O que precisa um partido como o CDS-PP em Almada para ganhar essa 
confiança?

- Precisa o mesmo de todos outros. Ser humilde, não complicar, falar olhos nos olhos com as pessoas, não dizer demagogicamente o que elas querem apenas ouvir, mas sim, mostrar sinceridade e abertura para fazer parte dos seus problemas elaborando soluções, precisa de organização, de unidade, pois só com estabilidade e unidade em torno do projecto da concelhia, ainda por mais a um tempo tão próximo das eleições, podemos alcançar um melhor resultado. Não se pede nem seguidismo nem paz podre; pede se sim, tranquilidade para que a concelhia eleita democraticamente e que tem em mãos um processo autárquico tão avançado e complexo possa fazer o seu caminho e o seu trabalho com o maior rigor e serenidade possível, sob pena de se causarem danos irreparáveis ao partido. 
Isto é óbvio. Faz parte das regras de qualquer ciclo político e quem não o entender, ou está de má fé ou não percebe nada disto.

Para terminar que balanço faz deste governo?

- Um governo corajoso, responsável e que não faz política de sondagens deve merecer a confiança do povo português. Já chega de vendedores da banha da cobra, falsos moralistas, e de fazer de conta que podemos dar tudo quando pouco temos para dar. 
É preciso falar verdade  aos portugueses custe o que custar. Não podemos viver constantemente em ilusões e devemos enfrentar os problemas de frente sendo originais como sempre fomos criando soluções para podermos ter um futuro melhor. É certo que há medidas que são penosas e impopulares, mas o esforço tem de ser de todos sem excepções e sem mordomias, pois estamos a atravessar verdadeiramente um tempo de dificuldades e não as podemos mascarar como foi feito nos últimos anos de governo socialista. 
Há que ser rigoroso nos investimentos, cortar no supérfluo ou escusado no momento e investir cirurgicamente nos sectores produtivos que possam revitalizar a economia e baixar o desemprego. 
Lamento que o Turismo tenha sido sempre tão mal explorado em Portugal, e é também por ai que se deve fazer uma verdadeira aposta criando alternativas económicas fundamentais para o desenvolvimento do país e criação de riqueza tangível pois a riqueza natural já existe e são os nossos recursos como a nossa costa e mar, a nossa terra, o nosso sol e a riqueza que são as nossas gentes. 
É notório o esforço que o governo tem feito para equilibrar a balança e ganhar confiança para mais investimento e menos austeridade. Também sou apologista de que o endurecer da austeridade pode levar não só à instabilidade social que levará ao aproveitamento de partidos radicais e de fundamentalismos oportunistas podendo levar ao desagregar dos mais elementares pilares democráticos e desconfiança nas instituições políticas. 
Contudo, não podemos fugir às nossas responsabilidades, mas é fundamental que à opção de mais austeridade deve-se, por exemplo, alargar o prazo de pagamento da dívida. 
Portugal já deu provas que é cumpridor. Os outros também têm de olhar para o lado humano e real da situação.
Eu acredito que em breve teremos melhores condições de vida.

Pelo Pelouro da Comunicação e Imagem da concelhia do CDS-PP Almada