segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Artigo de Opinião de Paulo Zorro membro da CPC Almada e CPD Setúbal no "Setúbal na Rede"


Assento Parlamentar (PP)
por Paulo Zorro
(Membro da Comissão Política Distrital de Setúbal)


Setúbal, uma região adiada?


O distrito de Setúbal é uma das regiões nacionais com maior taxa de desemprego e está cada vez mais depauperado de negócios e indústria. Contam-se pelos dedos as indústrias dos sectores primário e secundário e a população em idade activa é forçada a procurar emprego na região de Lisboa.


Depois das fortes migrações internas de meados do século passado (que o tornaram numa das regiões mais populosas do país) e do fim das grandes indústrias que davam dinâmica à economia nacional (CUF, Siderurgia Nacional, Lisnave, etc.) os decisores políticos têm falhado redondamente em dar o passo seguinte, não impulsionando o que ele tem de melhor em clima, paisagem natural, terras ou recursos humanos para novas actividades económicas. Pelo contrário, deixaram-no cair no marasmo.

Hoje, esta região com tantas potencialidades é apenas um gigante dormitório da capital…

Dotado de condições provavelmente difíceis de encontrar noutras zonas do país, custa pensar como o distrito de Setúbal é um verdadeiro “projecto adiado”, passados que estão quase trinta e sete anos vivendo em democracia e vinte e cinco como membro das Comunidades Europeias.

É urgente uma mudança de política económica para o distrito, não só da parte do Governo, mas também das autarquias. Acomodados por uma confortável predominância no distrito, os executivos camarários comunistas atrasam o desenvolvimento dos concelhos. Presos a ideias obsoletas e preconceitos ridículos, deixam passar oportunidades de negócio e travam a iniciativa privada.

O CDS terá um papel a desempenhar nessa mudança, por meio de um número cada vez mais representativo de autarcas, eleitos nos vários concelhos. As mentalidades mudam e estou convicto que o cair da cortina de ferro em Setúbal está para breve. Os tempos são de decisão e, mais do que nunca, há medidas em que se deve insistir, nomeadamente:


• A criação de medidas que ajudem à fixação de empresas com vocação exportadora no distrito, aproveitando as facilidades de acessibilidades terrestres e, eventualmente, áreas que poderão ser criadas;

• O fomento à criação de empresas de inovação, investigação e desenvolvimento nos parques industriais dos concelhos, aproveitando a mão-de-obra jovem e qualificada que existe no distrito;

• A atracção de investimento estrangeiro de qualidade nos sectores em que o distrito tem vantagens competitivas, tais como o turismo, a hotelaria ou a saúde;

• Maior protecção às micro, pequenas e médias empresas, de modo a que possam competir com mais facilidade no mercado e possam criar postos de trabalho, fixando a população activa na própria região e,

• O não abandono da agricultura e pesca, insistindo que devem continuar a ser actividades importantes no distrito.

Essa mudança de paradigma económico é urgente, sob pena de não haver retorno possível. Cabe às estruturas do CDS no distrito convencer e mobilizar pelo exemplo. Os discursos politicamente correctos são coisa do passado, a altura é de arregaçar as mangas. Eu sei que o CDS tem homens e mulheres capazes de ajudar à mudança no distrito. Para concretizar Setúbal.