terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Comunicado - Há ai uns partidos (Bloco de Esquerda) que brincam com coisas sérias

COMUNICADO

1. O Bloco de Esquerda anunciou a apresentação de uma moção de censura
ao Governo. Rapidamente se percebeu que era teatro.

2. Na verdade o anúncio foi seguido por uma bizarra sucessão de declarações
de dirigentes do Bloco de Esquerda, segundo as quais a referida moção não
tem por objectivo a queda do Primeiro-Ministro, não visa a substituição do
Governo, nem pretende devolver a palavra aos Portugueses, mediante
eleições.

3. Acresce que o Bloco de Esquerda, não só não procurou apoios para a sua
moção, como, estranhamente, se desdobrou em afirmações contra os partidos
da oposição que a podiam aprovar.

4. Os cidadãos condenam – e com razão – a ausência de sinceridade no
discurso político. O Bloco de Esquerda diz que quer censurar José Sócrates,
mas afinal quer mantê-lo no poder; sabe que precisa de apoios para a sua
iniciativa, mas afasta-os.

5. Para um Partido que se apresentou aos Portugueses como novo, diferente e
arrojado, o Bloco de Esquerda revela outra natureza e recorre assim ao que há
de mais “politiqueiro” na política velha.

6. A doutrina do CDS era pública antes desta iniciativa. As moções de censura
não devem ser táticas, tantas são as dificuldades que tantos Portugueses
atravessam. Por isso, só interessam as que promovam uma mudança política
efectiva. Se o Bloco de Esquerda não quer substituir José Sócrates, está a
fazer-lhe, provisoriamente, um favor.

7. Quando anunciou a moção, o Bloco de Esquerda conhecia o nosso
pensamento. Se não fossem sectários, se quisessem mesmo dar aos Portugueses o direito democrático de se desembaraçar deste
Primeiro-Ministro, sabiam que teriam uma reacção positiva da
nossa parte. Deliberadamente, não a quiseram.
Fica até a ideia de que, se o CDS ou porventura o PSD votassem
favoravelmente a moção, o Bloco correria aflito a retirá-la, o que revela o pouco
alcance e a inconsistência da mesma.
Fica até a ideia de que, se o CDS ou porventura o PSD votassem
favoravelmente a moção, o Bloco correria aflito a retirá-la, o que revela o pouco
alcance e a inconsistência da mesma.

8. O CDS, evidentemente, desvaloriza uma moção de censura que não é a
sério. A abstenção é o voto possível.

9. O CDS, consciente das responsabilidades que tem, reafirma que está
disponível para avaliar favoravelmente iniciativas que não sejam sectárias nem
táticas.

10. O CDS reserva-se o direito, de como está escrito no Documento de
Orientação Política sufragado pelos seus militantes, tomar iniciativas sérias e
consensuais que promovam efectivamente a mudança de ciclo político, a saída
do Primeiro-Ministro, e o termo desta política.

Gabinete da Presidência
Lisboa, 14 Fevereiro 2011