sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Transpraia na Costa da Caparica - CDS-PP integro na sua defesa, o PS mudou de opinião?

Ainda sobre o Transpraia - comboio de praia que percorre as praias da Costa da Caparica até à Fonte da Telha, aprece-nos questionar a, talvez, mudança de opinião do PS em Almada sobre o mesmo senão vejamos, em Fevereiro último, o Grupo Municipal do CDS-PP apresentou na Assembleia Municipal de Almada uma Moção onde apelava ao regresso do comboio de praia ao centro da Costa da Caparica, pois, com o já conhecido e mal aplicado Programa Pólis, o mesmo foi deslocado para cerca de 1 km do local de sempre o que originou a quebra de passageiros por ano de 80% (oitenta) colocando-o em serio risco de parar para sempre. A Moção do CDS-PP foi chumbada com os votos Contra do Partido Comunista e do Partido Socialista. Curioso, ou não, é ver agora o PS que na mesma sessão de assembleia junto com o partido comunista inviabilizaram a Moção e aparecem de momento como  se fossem os guardiões do Transpraia com pompa e circunstância e muita fotografia. Que mudou entretanto? O PS lembrou-se agora que o comboio está em perigo de parar a sua actividade definitivamente? ou irá aproveitar a onda para sacudir para cima da Ministra da Agricultura a responsabilidade do mesmo? Não é justo e parece-nos uma acção apenas para marcar agenda política agora que se aproximam eleições autárquicas.

Contudo, esperemos estar enganados e que o PS tenha mesmo mudado de opinião, o que é sempre legitimo, e onde saudaríamos a sua posição.

A propósito do mesmo deixamos o Artigo de Opinião de António Pedro Maco, Presidente da Concelhia do CDS-PP Almada e Deputado Municipal onde deixa clara a posição do CDS-PP no Setúbal na Rede acerca do assunto:



Assento Parlamentar (PP)*
por António Pedro Maco
(Deputado Municipal CDS/PP em Almada)


Transpraia - singularidades de um comboio de praia


Mudam-se os tempos. Mudam-se as vontades; mas há vontades que por mais que se mudem os tempos permanecem nas opções e preferências das pessoas contrastando com o evoluir das tecnologias e das novas e modernas soluções ao dispor nesta era vanguardista que caminha em toda a linha para uma cada vez maior autonomização de máquinas e tudo o que se relacione com o quotidiano humano e suas relações na vida em sociedade.

Há contudo, imaginários que permanecem e conseguem evitar essas mesmas transformações que ocorrem à velocidade da luz e que se transportam de ano para ano, de década para década e que fazem através das gerações as maravilhas da convivência humana.

O comboio de praia, mais conhecido por Transpraia, que faz há cerca de cinquenta anos a travessia entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha, está em pleno virar de século, à beira de chegar ao fim da sua linha. Linha essa, não por força de desuso de quem nele se delicia ao sabor do vento de praia em praia na época estival, mas sim, porque as políticas mal pensadas e desprovidas de rigor da Câmara Municipal de Almada e sem objetivos de preservar o património local, deixam o Transpraia possivelmente este ano, na sua última viagem.

Pensado pelo seu antigo proprietário (hoje gerido por seus descendentes) o mesmo terá tido para a época, uma visão futurista e desenvolvimento da Costa da Caparica, vendo a necessidade de um transporte rápido, acessível e que percorresse e transportasse veraneantes e trabalhadores ao longo da freguesia até à fonte da telha. Terá sido, sem sombra de dúvidas, um verdadeiro mecenas local onde a sua coragem e atitude desmedida terá inaugurado na década de cinquenta o famoso comboio de praia da Costa da Caparica.

Os factos falam por si, outrora terá feito as delicias de miúdos e graúdos entre caparicanos, gente de todo o concelho, veraneantes vindos de todo o país e grosso modo, muitos dos turistas fora do país que visitavam e usavam todos os anos o Transpraia um símbolo identitário da Costa da Caparica que a câmara de Almada teima (mais um) desprezar apontando as culpas para o Programa Pólis(!)

A quebra de passageiros que tem vindo a diminuir de ano para ano, como a falta de apoios e de promoção do mesmo está a colocar a sua continuidade em causa já para o próximo ano. A isto, junta-se a machadada final dada pela Câmara Municipal de Almada (CMA), aquando e a pretexto, teimoso, do Metro Sul do Tejo (MST) para a Costa da Caparica, desviou, obrigatoriamente, o Transpraia para quase certa de 1Km para uma zona de difícil acesso e de visibilidade nula.

As queixas são muitas e o desespero de ver desaparecer por falta de clientes e investimento adequado um símbolo histórico e identificativo do concelho, e não só, leva a que o apelo para a junção de esforços na sua defesa seja de urgência permanente antes que seja tarde demais.

Para o CDS-PP, a questão não se pode apenas resumir à recolocação do Transpraia no local inicial, embora esta seja para já, a solução de recurso urgente, mas sim, a toda uma estratégia conjunta de promoção e divulgação e desenvolvimento quer da Costa da Caparica quer da zona da Fonte da Telha, localidade completamente esquecida pelo executivo comunista. Urge pensar a Costa da Caparica e toda a área envolvente que engloba a Fonte da Telha, de uma forma séria e estruturada e não como o desordenado e perdido Programa Pólis que consumiu desmesuradamente verbas do QREN completamente desperdiçadas com pequenos arranjos de recurso.

Contudo, e de momento, é necessário fazer retornar o Transpraia que chegou em tempos áureos a transportar cerca de 300 (trezentos) mil passageiros época, tal era a importância do mesmo.

O CDS-PP aposta assim, na sua continuidade como na revitalização e aumento da utilidade do comboio de praia, como parte integrante da paisagem e desenvolvimento sustentado da Costa da Caparica, sendo um chamariz e atracção turística dos milhares de visitantes da Costa da Caparica.

Nunca é de mais relembrar, que o Grupo Municipal do CDS-PP apresentou em Assembleia Municipal de Almada (AMA) em Fevereiro último, uma Moção onde se pretendia que o Transpraia retornasse ao centro da Costa da Caparica, e que a mesma foi inviabilizada com os votos Contra das bancadas do Partido Comunista e do Partido Socialista que inviabilizaram a Proposta do CDS-PP, tendo o Bloco de Esquerda e o PSD votado a favor junto com o Grupo Municipal do CDS-PP. É preciso identificar os responsáveis pela manutenção da estagnação serôdia da Costa da Caparica e os responsáveis pelo pleno fracasso que foi o Programa Pólis, sendo abusivo acusar a Ministra Assunção Cristas pelo fracasso do mesmo programa, numa tentativa de desresponsabilização daqueles que não souberam de uma forma correcta aplicar os fundos disponíveis para desenvolver a preceito e com dignidade a Costa da Caparica.

O CDS-PP informa ainda, que está solidário com o Movimento criado recentemente em torno do apoio do Transpraia, mas concluiu, não estar presente na Concentração em favor do mesmo para não partidarizar a Causa esperando que os outros também não o façam, muito menos, aqueles que votaram contra o seu retorno, como se espera que não se abarquem do mesmo outro tipo de oportunismos de circunstância.

António Pedro Maco - 07-09-2012 10:19
*Via Setúbal na Rede