quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sessão Pública Sobre a Reabilitação da Rua Capitão Leitão e Almada Velha


Decorreu ontem à noite no Salão de Festas da Incrível Almadense, uma sessão pública de esclarecimento sobre a reabilitação da rua Capitão Leitão e a zona velha e histórica de Almada, ao qual o CDS e os Deputados Municipais do partido estiveram presentes.
O Forum de discussão teve a participação na mesa de honra dos arquitectos dos projectos, e dos vereadores do trânsito e urbanismo. Fez ainda parte da mesa o presidente da Junta de Freguesia de Almada e a srª presidente da Câmara Municipal de Almada Maria Emília de Sousa, embora ontem, parecesse mais que a presidente era já a vereadora Amélia Pardal.
A sessão teve inicio com a apresentação através de suporte informático e audiovisual por parte dos arquitectos que tentaram minuciosamente explicar rua a rua a reabilitação do mesmo espaço.
Esta apresentação leva-nos a questionar e a fazer uma apreciação cuidada, senão vejamos: Não está aqui em causa as boas intenções da Câmara Municipal de Almada em reabilitar a zona, nem afirmamos que a mesma quer o mal para Almada. O problema aqui, é que a CMA já demonstrou que é em muitas matérias incompetente, com falta de gosto, mal preparada e esbanjadora de dinheiros públicos.
Mais, é uma câmara que funciona ao ralenti, que demora mais de trinta anos para fazer as coisas, dizendo ontem a srª presidente, que "as obras fazem-se aos poucos". Mas mais de trinta anos para as fazer!? É muito tempo.
Diz a srª presidente, que "dizer que Almada não é uma cidade desenvolvida está a mentir", e porventura estará a mentir, mas o problema é que Almada, é muito menos desenvolvida que as outras grandes cidades do país, e tudo isto, fruto de uma visão retrógrada, ultrapassada e ideologicamente condicionada, pois o comunismo nunca foi sinónimo de desenvolvimento, bem pelo contrário.
Depois falam que querem com essa reabilitação apelar também à memória. O que seria se esse apelo feito desta maneira fosse dito pelo CDS..... Mas vamos estar muito atentos a que memória se referem, pois se a memória for uma memória imparcial e da História de Almada, será bem vinda, mas se essa memória for a memória apenas de alguns e condicionada apenas a uns poucos factos passados terá o nosso repúdio.
Tudo isto, porque parece que para a srª presidente Maria Emília de Sousa, Almada só tem desenvolvimento, memória e história depois do 25 de Abril de 1974! O que não é verdade. Almada tem centenas de anos de história, é muito mais que o pós 25 de Abril de 1974.
O monumento a Cristo Rei que a CMA tanto gosta de exibir nos seus pasquins e folhetos propangandísticos, não é pós 25 de abril, a Ponte que atravessa Almada a Alcântara também muito usada nos pasquins propagandísticos, não é pós 25 abril, o Solar dos Zagalos na Sobreda, não é pós 25 de Abril, o Casa da Cerca, não é pós 25 de Abril, a Academia Almadense, não é pós 25 de Abril, o Seminário de S. Paulo. não é pós 25 de Abril, o Castelo de Almada, não é de todo pós 25 de Abril, aliás há muitos monumentos históricos que esses sim no pós 25 de Abril, foram destruídos e votados ao abandono como é o caso do Palacete António José Gomes e a Nora de Ferro na Cova da Piedade.
Por isto tudo, não venha a srª presidente tentar manipular mais uma vez os Almadenses com palavras muito bonitas e pintadas de cor de rosa.
A autarquia já teve mais do que tempo suficiente para desenvolver a cidade em mais de trinta anos. Em trinta anos, cidades com características muito semelhantes a Almada tiveram nos anos 90 o seu grande desenvolvimento.
Almada tem sido feita a retalho e por vezes mal feita, mal pensada, mal concebida.
Trafaria, Fonte da Telha, Cacilhas, Vale da Sobreda para dar alguns exemplos. Este último, a srª presidente que ontem falou no nojo e lixo em que se encontravam as caves do edificio Bepalis em Almada, então não queira ver o que é o Vale da Sobreda. Com uma grande diferença, é que nas caves desse edifico não habitam e nem vivem pessoas.
Voltando à memória da srª presidente, remete-nos para um facto curioso; onde está a memória de centenas de pessoas que vivem e descendem dos primeiros habitantes e primeiros agricultores que habitaram e transformaram os pântanos em terras agrícolas na Costa da Caparica? Onde está a memória e o respeito histórico e cultural que ontem mais uma vez exaltou, na mais que previsível destruição do Monte da Cruz e do Cruzeiro em MEMÓRIA dos Mártires Jezuítas? Onde está a MEMÓRIA quando a mais antiga fortaleza marítima do país está abandonada e a cair de podre? Onde está a MEMÓRIA quando se pretende destruir o pulmão do concelho que é a Mata dos Medos na Charneca da Caparica? Que memória estranha.
Voltando à rua Capitão Leitão, também nós CDS, queremos que essa rua histórica de Almada seja reabilitada o mais breve possível; agora o que não queremos é que mais uma zona de Almada encapotada de reabilitação, sirva apenas para uns arranjozinhos como é apanágio das reabilitações por parte desta câmara, com um orçamento bastante gordo e despesista.
Já nos serve de emenda os exemplos (Maus) da Costa da Caparica e do Centro de Almada que pouco ou mais passam de uns bancos de jardim e uma calçada de gosto duvidoso e até perigoso como é o caso da Costa da Caparica.
Foi apresentado ontem um projecto onde engloba esplanadas, uma via para ciclistas, passeios mais largos, menor estacionamento, árvores, mais limpeza etc etc.
Estamos à espera que o projecto esteja disponível para consulta pública onde o vamos analisar ao pormenor, porque a rua em causa não pode ser feita a régua e esquadro apenas, pois tem características físicas e morfológicas demasiado específicas. Vamos contudo, esperar pelo projecto e depois emitir um juízo de valor e uma opinião, e se for o caso apresentar construtivamente alternativas.
Uma questão pertinente e que foi colocada por um dos munícipes que interveio na discussão, foi que com o corte das artérias principais do centro de Almada, o trânsito faz-se agora nas ruas paralelas e secundárias como é o caso da rua Capitão Leitão. Ora, com a sua reestruturação que vai forçosamente reduzir o trânsito na rua Capitão Leitão, onde se circula em Almada?
A este munícipe, responde a srª presidente já no encerramento em jeito de comício pois só faltou falar no aeroporto de Alcochete, que não é verdade que tenha havido um aumento substancial de trânsito nas ruas paralelas ao eixo central nomeadamente à rua que estamos a tratar. Ficamos na dúvida quem terá razão, se o munícipe ou a srª presidente pois, é facto, que o trânsito se deslocou para artérias secundárias mas também, a srª presidente não deixa de ter razão ao dizer que não houve aumento de tráfego, simplesmente porque as pessoas deixaram de vir a Almada!!
De relembrar quase em jeito anedótico, por parte de alguns (os mesmos de sempre) que à pergunta do CDS numa anterior assembleia municipal acerca do fecho de um wc público existente na Prç da República na rua Capitão Leitão, a srª presidente da câmara respondeu e com certeza que consta em acta, que o mesmo iria ser reabilitado e retomar o seu uso. Note-se que são wc´s à moda antiga, e que em Lisboa estão a ser preservados em nome da tal memória que também em Almada passou-se agora a falar. Que memória no mínimo estranha.
Contudo, o que fica registado é que ou a srª presidente anda mal informada com os seus arquitectos e mentores dos projectos ou mais uma vez, faltou à verdade aliás como tem vindo a ser hábito.
Estamos certos que todos querem o bem de Almada, o executivo, a oposição, os descontentes e contentes, os moradores, os comerciantes, agora o que se pode concluir disto tudo é que uns já tiveram mais que oportunidades para o fazer e tirando algumas coisas bem feitas porque as há, não conseguiram em mais de trinta anos fazer melhor, em muitos casos destruindo mesmo o que de melhor se tinha.
Diz também, que estas obras estarão prontas em 2013. Que coincidência, ano de eleições. Prova-se mais uma vez, que esta câmara trabalha apenas para ganhar eleições e não com o principal intuito que é a população.
A Câmara perdeu a maioria absoluta nas últimas eleições autárquicas.
Foi um sinal por parte dos almadenses em jeito de cartão amarelo que vai sair muito caro ao executivo comunista pois, teima em não perceber o grande descontentamento com as más políticas quem têm vindo a ser feitas.
Ficamos a aguardar a disponibilização do projecto.