Esta Quarta-feira, na segunda sessão da Assembleia Municipal de Setembro, o deputado municipal Bruno Dias, pela CDU, apresentou uma declaração política em que se queixou de sucessivo vandalismo a um mural da JCP e de uma suposta tentativa em impedir a liberdade de expressão dos comunistas. Minutos depois, a Presidente da Câmara faz uma intervenção, onde informa que a Câmara tem contactado os proprietários de edifícios degradados para lhes exigir que cumpram a sua obrigação legal de os preservar. Há aqui dois pontos que merecem reflexão.
Primeiro, Bruno Dias terá de explicar como é que os comunistas são tão perseguidos e, mesmo assim, conseguem governar Almada há 34 anos... Incrível!
Segundo, as duas intervenções indicam que os proprietários devem gastar dinheiro a pintar as suas fachadas para, depois, os meninos da JCP lá irem desenhar pessoas de arma em punho, incentivando à agitação e desordem social. Isto é incoerente. Em que ficamos?
Aliás, a deferência da Câmara para com a poluição visual e degradação do espaço urbano é visível em muitas das nossas ruas. Não está em causa o concurso de graffiti que promove, nem a criação de espaços autorizados para essa práctica. Está em causa a hipocrisia com que pede aos cidadãos, no boletim municipal e em placards de rua, para pintarem de novo os seus prédios e embelezar a cidade, mas depois permitem que a JCP pinte paredes, ainda se escandalizando quando outros vândalos lá vão pintar por cima!
Não julge a Câmara que pode ditar aos condomínios o que fazer ao seu dinheiro. Pode sim, sensibilizar os jovens que a cidade é de todos e que há espaços próprios para apresentarem as suas mensagens.
Quanto aos chicos espertos que julgam que o graffiti só tem graça feito à revelia, se quiserem pintar os muros da cadeia, tudo bem. Na propriedade dos outros não.
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