sábado, 17 de julho de 2010

Fome na Costa da Caparica - A vergonha da Humanidade

É chocante como a 15 quilómetros de Lisboa e numa estância balnear que deveria ser de sonho e de progresso económico, se viva e sobreviva com fome e miséria.
Triste fado do concelho que tem "as terras para as cultivar" mas que fica de braços cruzados a olhar para as mesmas pois, não tem "sementes" para as deitar. Não há investimento, não há empregos.
A falta de investimento sério, planeado e organizado tal como a sua promoção, leva a situações de desespero e miséria nesta triste realidade dos nossos dias.
As Artes de pesca são cada vez mais condicionadas pelas normas rígidas e pelo altos custos finais, os agricultores impotentes contra a prepotência e a força, limitam-se a observar as suas terras a serem invadidas e destruídas à custa do betão e de um suposto desenvolvimento encapotado para a especulação imobiliária, e o comércio e o turismo de tão pobres não chegam para o sustento de um concelho e de uma "vila" que podia ser riquíssima e um exemplo de desenvolvimento económico.
Para agravar as medidas insustentáveis e injustas do PEC agudizam ainda mais a situação.
Os comunistas sedentos de poder mas inconformados por nunca terem governado a Costa da Caparica, não perdoam aos caparicanos dessa tremenda ousadia.
Apelamos a todos uma ajuda nestes tempos difíceis, e que possam deixar alimentos nas instituições da Costa da Caparica que neste momento com dedicação e grande esforço combatem este flagelo.
A Fome passou ao séc.xxi.

Video testemunhal:

2 comentários:

João Freire disse...

Estreiteza de vistas e de horizontes - a Costa, explorada como a estância de turismo de elevada qualidade que as condições naturais mereciam poderia gerar mais receitas do que o resto do concelho todo junto. Tem, ao invés, sido votada ao abandono.

Só que a CMA não quer qualidade. Nem iniciativa privada, na Costa ou em qualquer outro lado - é que assim correriam o risco de diminuir a proporção de comensais clientelares. Os empresários e as pessoas que geram prosperidade pelo seu trabalho e mérito têm uma característica algo irritante para a CDU - não querem nem ouvir falar de comunismo. Por isso, os nossos autarcas - ao menos inconscientemente - tudo têm feito para evitar o desenvolvimento.

Quando seria normal pensar que os atropelos urbanísticos dos anos 70 e 80 haviam sido ultrapassados, licenciam um mamarracho disforme e terceiro-mundista na primeira linha de costa (frente à antiga Carolina do Aires).

Quando seria normal que se preservassem os modos de vida sustentáveis, a CMA quer expulsar os agricultores das terras da Costa e expandir o betão até às arribas... Enquanto fecha os olhos à enorme favela que nasce nas terras, junto ao final da via rápida. Será o cartão de visita que nos faltava para atrair turistas? Duvido.

Queremos uma Costa próspera, com turismo de qualidade e sem esquecer de onde veio - os agricultores e os pescadores são a alma daquilo, o seu modo de vida deve ser protegido e integrado como aspecto de atractividade da cidade.

João Freire disse...

Há algumas medidas que, a meu ver, podem contribuir para o tão necessário upgrade:
1 - A CMA reforçar os esforços para que os compromissos assumidos no ambito do Polis sejam cumpridos. Mas não só...
2 - Uma nova política urbanística para a Costa. O passado está feito e por mais que nos doa, não podemos demolir metade da cidade. A expansão desregrada do betão é todavia um modelo gasto. Estruturalmente, a Costa não comporta acessos para uma densidade populacional muito maior (porque encravada na arriba fóssil). Mesmo alterando PDM, creio que doravante não se deveria permitir a construção além de moradias e prédios de baixa altura (3 andares no máximo), com regras apertadas quanto à traça para impedir devaneios de pato bravo.
3 - Eliminação de bolsas de pobreza. Falo do bairro da lata à entrada da Costa, mas também requalificação da Cova do Vapor e realojamento dos residentes no 2.º Torrão (já fica na Trafaria, mas não vejo como os problemas - e soluções - de toda essa zona possam ser vistos doutra maneira que não de forma integrada).
4 - Investimento e cativação do turismo de qualidade. Construção de uma marina na Trafaria (creio queé o local com melhores condições para isso nas imediações) e prioridade a eco-resorts de pequena dimensão, por exemplo na Fonte da Telha. E por falar em Fonte da Telha, cada dia que continuarmos a permitir a continuação da anarquia naquele paraíso natural significa o agravar de um crime hediondo de pura estupidez.
5 - Diversificação da economia para fixação da população local e maior independência da sazonalidade do turismo de praia. Por exemplo: um parque empresarial na Costa, destinado a start-ups e PMEs. Perguntam-me "que empresa quereria fixar-se na Costa?". Exactamente o que perguntavam há uma década, relativamente a Oeiras e Miraflores.

Se formos exigentes e intransigentes na qualidade, podemos ser exemplo de desenvolvimento. A natureza abençoou-nos (muito mais do que por exemplo a linha de Cascais). Só falta nós fazermos a nossa parte.