sábado, 15 de maio de 2010

Um Olhar Sobre as Promessas Feitas e Ditas em Campanha Eleitoral

Propaganda Autárquica 2009
Passado pouco mais de meio ano das eleições autárquicas e tendo em conta o espectro político actual no concelho de Almada, é curioso e oportuno passar uma vista de olhos sobre o que os actores propangadísticos em campanha na altura disseram, e confronta-los com as suas acções de hoje volvidos sete meses das últimas eleições locais.
Tomemos em conta a vencedora à Câmara Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa, e também, aquela que na noite das eleições passou a ser o suporte desta autarquia sem maioria mas que com a eleição da candidata Helena Oliveira do Bloco de Esquerda para vereadora, funciona actualmente como uma muleta para a tão desejada maioria absoluta que os Almadenses rejeitaram dia 11 de Outubro do ano passado.
Dizia assim, a candidata pela CDU Maria Emília de Sousa, no "Setúbal na Rede" em entrevista gravada em video na altura de pré-campanha autárquica, que o grande problema dos comerciantes e do comércio nas zonas em Almada, nomeadamente as fechadas ao trânsito será do governo e das políticas do governo. É certo que o país está afundado num grave crise económica e financeira mas atribuir o que se passa com o comércio local na zona fechada de Almada, é querer ludibriar a inteligência dos almadenses e de quem trabalha.
O fecho das principais artérias ao trânsito por parte deste executivo camarário veio dar a machadada final no negócio e criar situações de falência e desemprego.
Depois, diz também na mesma entrevista, e em jeito de propaganda que a cidade se apaixonou pelo metro (MST). Como é do conhecimento, desde essa altura o metro tem vindo a aumentar o número de passageiros, pese embora seja muito à custa da redução e alteração de percursos de carreiras da TST. Neste caso, não podemos é concordar que a utilização do Metro Sul do Tejo seja imposto à força diminuindo as alternativas instaladas.
Dizia ainda a candidata Maria Emília de Sousa que no metro havia segurança e que os almadenses andam descontraídos e sem problemas com o MST. Também aqui não é bem assim, ou não é mesmo assim, pois existem zonas onde o barulho é ensurdecedor para os moradores, têm havido assaltos e problemas graves de segurança dentro das carruagens e estações ao longo do percurso e como também, tem havido inúmeros acidentes alguns graves, com transeuntes e com automóveis.
Mais uma vez, o CDS afirma que não está contra o metro em si, mas que os traçados têm de ser corrigidos, a segurança tem de ser muito mais apertada e mais delineada, e sobretudo os cidadãos e visitantes de Almada não podem ser obrigados a utilizar o MST apenas por um capricho da Câmara Municipal de Almada.
Até aqui, tem de ser respeitada a liberdade de escolha e de mobilidade.
Questionada acerca dos projectos quer do Pólis quer do Arco Riberinho, a candidata pela CDU e actual presidente da CMA, afirmou que tem um plano e um projecto muito bem elaborado para continuar o desenvolvimento do concelho.
No Pólis, vemos uma realidade muito fraquinha com tanto dinheiro investido, tal como um abandono sistemático na conservação do que foi feito. A zona está melhorada é um facto, agora pensamos nós, CDS, que com o investimento feito a obra é de todo pobre falando em termos de zona requalificada como também, em termos de projecto de arquitectura em si.
Uma obra que está inacabada e que corre-se o risco de ficar assim durante muitos mais anos.
Não é assim que se promove o turismo com projectos pouco ambiciosos, e com resultados fracos. Pasme-se, que na respectiva entrevista a candidata da CDU afirma que está em projecto mais 6(!) hotéis para Almada e Costa da Caparica. A avaliar pela afluência que têm dito os dois novos hotéis em Almada e na Costa, pensamos que seja uma visão um pouco surreal isto se a estratégia desta câmara continuar na mesma.
Depois temos o grave crime que está a decorrer nas Terras da Costa com a expropriação ilegal de agricultores como o ultraje que está a ser feito à separação de poderes num estado de direito pela Câmara Municipal de Almada.
No que diz respeito ao Cais do Ginjal em Cacilhas quando questionada sobre o assunto, afirma que a câmara municipal tudo tem feito ao longo dos anos para que aquela zona, pertença de particulares, seja alterada.
Ora, srª presidente mais de trinta anos de gestão comunista em Almada, já não teve tempo e astúcia para resolver a situação? Já reparou que temos uma margem ribeirinha vergonhosa? Já olhou com certeza do miradouro de Almada ou do castelo para Lisboa e ve uma linda paisagem, e já experimentou olhar de Lisboa para Almada, e ver esta desolação e este marasmo a que a zona ribeirinha de todos os almadenses está votada?
É profundamente lamentável este desperdicio de oportunidade tão rica que Almada tem.
É com um cartão de visita como este com uma margem abandonada e degradada que quer mostrar aos visitantes e turistas que chegam ao Terreiro do Paço e a Torre de Belém?
Para isso, visitam a Cruz Quebrada que vai na prática quase dar ao mesmo.
No decurso da sua entrevista em estilo de comício a que já estamos habituados, a candidata da CDU falta a verdade e promete que a transferência dos parques de campismo para a zona da Charneca da Caparica em nada vai afectar o meio ambiente, e que cumpre as normas e boas práticas de conservação do Ambiente. Mais uma vez, a srª presidente deve pensar que 35 anos de poder autárquico em Almada, lhe dá o direito de se arvorar como dona de Almada e passar por cima de tudo quanto é Leis e Tribunais.
Srª presidente, aquilo que pretende fazer é cortar uma parte importante de Reserva Natural Protegida e de interesse histórico e da humanidade e colocar os parques de campismo em área protegida, tendo em conta as outras desfavoráveis implicações ambientais, de segurança e sociais que dai advêm.
Em jeito irónico afirma que existem alguns partidos que aproveitando a campanha eleitoral dizem uma coisa e depois na prática fazem outra; srª presidente em relação a isso, podemos dar o exemplo do partido satélite que suporta o seu executivo - Os verdes- que apregoam fora do seu município como se dos "Robbin dos Bosques do Ambiente" se tratassem e depois em Almada nem os ouvimos falar.
Olhe primeiro para o seu partido e depois critique os outros.
Termina dizendo que os almadenses estão com Almada e empenhados em ajudar esta câmara em continuar o seu trabalho.
Levou um cartão amarelo mal sabendo que a maioria absoluta ia cair dentro de pouco tempo.

Tendo em conta a perda dessa maioria absoluta e quando já se gritava Liberdade em Almada, pois o executivo deixaria de decidir tudo sozinho e em seu favor, eis que como que de um passe de mágica, aparece na oposição(!?) o Bloco de Esquerda a alinhar em quase tudo o que a câmara necessita para fazer passar as suas propostas.
Dizia a candidata pelo Bloco de Esquerda na mesma altura e à mesma comunicação social que a CDU e a presidente da câmara, deixaram de ouvir as pessoas e que deixaram de falar e de ouvir as instituições do concelho.
Bom, neste caso pode-se bem afirmar que tirando honrosas excepções por parte de algumas (poucas) pessoas, que este Bloco de Esquerda também se esqueceu de ouvir os almadenses e sobretudo de impedir que este executivo possa tomar e aprovar todas as decisões muitas delas extremamente prejudiciais para Almada.
Dizia ainda a candidata pelo BE Helena Oliveira, que o partido estaria atento ás atrocidades ambientais que possam surgir no Pólis nomeadamente na transferência dos parques de campismo para a Charneca da Caparica, mas não parece; como não parecem nada preocupados com a expropriação dos agricultores das Terras da Costa, quando antes temos conhecimento que as defendiam tanto quanto defende hoje o CDS. Que se passou entretanto? Porque age agora assim o Bloco de Esquerda em Almada com tamanha passividade e permissividade?
No seguimento da entrevista afirma ainda que o Concelho de Almada é um concelho seguro e as pessoas andam na rua descansadas e à vontade com a sua família. Não devemos estar a falar do mesmo concelho.....
De resto, as preocupações na altura do BE vão muito ao encontro das nossas preocupações e dos almadenses, como é o caso do betão e a construção desenfreada, da requalificação urbana, do emprego entre muitas outras políticas e opções que têm de ser implementadas em Almada.
O problema aqui é que quando estava em campanha eleitoral o Bloco de Esquerda tinha uma posição e agora parece que já não é bem assim. Porque será......?
Sendo assim, e deixamos à consulta de todos o CDS, é o único partido em Almada que sem amarras ou comprometimentos continua a acreditar e a lutar por aquilo que defendia no seu programa eleitoral e na sua carta de princípios como também, o que o candidato pelo CDS Fernando Pena disse em entrevista na mesma altura, contínua fortemente empenhado nas suas causas, nas suas bandeiras e sobretudo mostrar ás pessoas que é possível fazer política sem medos com coragem e valores para que tenhamos verdadeiramente uma Almada virada para o século XXI.

Videos de Campanha Eleitoral Autárquicas 2009 - CDU e BE