quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"Não estou para vir para aqui para ouvir parvoíces!" Declarações da Vereadora Comunista numa Comissão ao deputado do CDS/PP Fernando da Pena











Gato Escondido

Já aqui tivemos a oportunidade de demonstrar o atentado ambiental, paisagístico, cultural e social que constitui a Estrada Regional 377-2 e a estranha coligação de interesses que junta CDU, PS e PSD (e o "nim" do BE) em torno de um projecto criminoso.

Já mostrámos que a estrada é inútil, que não serve a população, que priva o concelho do seu mais rico património e que tem uma óbvia alternativa com muito menores impactes ambientais.

Já manifestámos a nossa indignação pela destruição das Terras da Costa (que têm características europeias únicas), da Área Protegida da Arriba Fóssil, da reserva ecológica e da zona primordial bicentenária da Mata dos Medos.

Já vimos que a ER 377-2 tem um traçado absurdo, tem um custo elevadíssimo, não respeita o Plano Director Municipal e repete em grande parte a Via Turística reprovada pelo Supremo Tribunal Administrativo.

Já compreendemos que a estrada quer despejar na Charneca os 17 mil utentes dos novos parques de campismo, com prejuízos sérios para a população local, já se si tão fustigada por um planeamento do território que acumula décadas de erros profundos.

Já percebemos, da consulta do processo, que a ER 377-2 abre as portas à especulação imobiliária em zonas naturais protegidas.

Face ao exposto, nada mais natural que aproveitar a presença da Senhora Vereadora do Urbanismo e Planeamento na Comissão de Ambiente da Assembleia Municipal para questionar a insistência da Câmara Municipal num projecto tão danoso para o concelho.

As questões colocadas, que dizem respeito aos aspectos acima referidos, deixaram alguns representantes dos partidos que suportam a construção desta estrada bastante incomodados, o que não deixa de causar alguma perplexidade. Mas muito pior foi a reacção da Senhora Vereadora da Câmara Municipal de Almada. O único comentário, e passo a citar, foi: «Não estou para vir para aqui ouvir parvoíces». Escuso-me de comentar uma afirmação que fala por si.

As perguntas, essas, ficaram sem qualquer resposta. Se o rabo que está de fora já é assim tão comprido, imagine-se o tamanho do gato escondido atrás deste projecto.

A Concelhia e a bancada municipal do CDS/PP de Almada, apela à calma e ao respeito por parte dos intervenientes políticos e, sobretudo que fique bem claro que não são disputas de tons de voz arrogantes e grosseiras ou afirmações como as citadas em cima, vindas de uma Vereadora numa Comissão, que vão fazer com que o partido se desvie dos princípios, objectivos e do programa eleitoral com que foi a votos e que foi sufragado pelos Almadenses. Se outros andam há 35 anos a mentir e a fazer de conta, o povo os julgará nas urnas como fez da última vez, onde acabou com a maioria comunista.

Não é nestes tons que a política se faz. Não é com insinuações de baixo nível que se resolvem os problemas de Almada, e sobretudo mentalizem-se de uma vez por todas, que o CDS/PP não está aqui a brincar e muito menos, fará parte dos cozinhados de sempre que têm deixado Almada no estado de abandono e desleixado em que se encontra neste momento (veja-se o centro de Almada vergonhosamente ao abandono).

O que se está a fazer ás Terras da Costa, e o que se prepara para se fazer à Mata dos Medos na Charneca da Caparica, É UM CRIME AMBIENTAL, é uma atrocidade a quem trabalha e a quem produz e cria postos de trabalho, mesmo alguns (os que fazem parte do cozinhado) dizendo que não é assim, as esses dizemos que não vamos parar, bem pelo contrário, pois não estamos sozinhos estando mesmo o presidente do partido Paulo Portas, muito atento ao avançar da situação.

Quanto à situação vergonhosa que nada em dignifica a assembleia municipal e as suas comissões, vamos esperar que tenha sido um acto isolado no calor da discussão e que quem proferiu declarações daquele tipo a um deputado municipal, no exercer das suas funções, eleito democraticamente por um partido que lutou pela democracia em Portugal ( o que já não se pode dizer de outros) não se voltem a repetir porque não o toleraremos mais.

Estamos num país democrático e por muito que alguns assim não o queiram, não vivemos em nenhum feudo estalinista nem vivemos numa ilha.

A Liberdade está a passar por aqui.