quarta-feira, 23 de junho de 2010

S.João de Almada - Festas Populares

São João
Quem não se lembra das festas de santos populares em Almada e dos bailes populares nas freguesias e mesmo quase rua a rua.
Lembramo-nos com nostalgia das folhas de palmeira a enfeitar os palcos construídos em madeira e dos metros de lâmpadas coloridas que iluminavam todo o arraial popular.
Por entre barraquinhas improvisadas de comes e bebes divertiam-se os convivas entre uma sardinha no pão, uma febra e um courato assado na brasa de um assador cedido pelas imensas colectividades de bairro que organizavam os bailes e estas festas populares.
Quem não se lembra do vinho caseiro, da green sands, da míni ou dos pirolitos que tinham um berlinde como brinde.
Quem não se lembra do corrupio e do mar de gente que havia nesta altura em Almada, que descia e subia do castelo ao largo do tribunal e onde muitas das vezes esse trajecto demorava cerca de vinte minutos.
Onde está esta Almada?
Os almadenses são os mesmos ou mais ainda. O problema é que o povo não se identifica com a cidade. Não se identifica com a história da cidade. Não existe nem foi preservada a memória.
Esta câmara conseguiu nos últimos vinte anos destruir praticamente os usos e costumes que unia a cidade com os seus habitantes.
O Capitalismo desenfreado e sem ideias a que esta câmara aderiu, deu lugar a outras formas de diversão mais antipessoais e mais afastadas do verdadeiro espírito bairrista e de festa popular que deve ser esta época festiva e tradicional do povo.
Neste momento a festa em Almada, resume-se à procissão que tem centenas de anos, e é um ritual religioso não dependendo directamente da câmara municipal, e a um bailarico que com o esforço e ajuda de alguns bares ainda se consegue organizar em Almada velha, mas que não chega para a dimensão da cidade e dos Almadenses.
Temos ainda as marchas da cidade, onde até ai, com o desviar das mesmas para uma zona secundária de Almada pode correr o risco de um dia se perder de novo.
Nós compreendemos que a Sr.ª Presidente não se divirta junto do povo, pois nunca ninguém a vê, agora pelo menos tenha consideração pelos outros que têm memória e têm uma história a preservar sob pena de qualquer dia não termos mesmo cidade.
De qualquer maneira e mesmo com o desleixo a que está votada a cidade nesta época de festa em cada almadense existe um sentimento popular, pois o S. João também é nosso.