Por volta do ano de 1888 um grupo de cidadãos juntam-se em jantares e tertúlias no centro de Lisboa, mais propriamente no Restaurante Tavares e depois no Hotel Bragança. Motivo: Pensar a Política e o estado do Estado.
Um novo Ideal era preciso. Uma nova maneira de fazer política era necessário, pois o "status quo" instalado não passava de amizades de conveniência resultado de uma teia de interesses e ramificações como de uma árvore podre e seca.
Era urgente pensar, como era urgente regenerar toda uma classe política balofa instalada e suportada por uma espécie de "centrão" onde todos comem do mesmo banquete e quem não alinha apenas sente o cheiro através das frestas da porta que separa o "El Dourado" do mundo dos desalinhados.
Remar contra a maré, contra o Poder instalado é Nobre, mas muito difícil.
Em Almada, o cenário não é muito diferente apesar de estarmos em pleno séc.XXI.
Os políticos são "pobres", a maior parte não passam de carreiristas de circunstância ou de oportunidade e falta lhes cultura política propriamente dita; enfim, muitos deles não passam de meros servidores do seu próprio banquete astutamente oferecido por uma máquina de propaganda poderosíssima e que sabe muito bem entender e matar a fome a uma oposição faminta de poder que se contenta apenas com as migalhas que o "Vermelhão" deixa com desprezo cair.
Isto não é novo, o Poder instalado há mais de trinta anos por muito ultrapassado e bafiento que esteja, é suportado pelos que vegetam à sua volta e mantido pela cosmética barata mas que chega para um povo infelizmente mais interessado no Tony Carreira e nas vitórias do Glorioso. Este "Pão e Circo" faz sustentar um Polvo que se alimenta da astúcia maquiavelica no seu mais intimo ser mantendo este rotativismo estático.
Políticos da minha terra Uni-vos! Uni-vos contra a passividade e a descrença dos nossos munícipes. Uni-vos contra a indiferença. Uni-vos contra a colmeia de caciques bem falantes. Uni-vos contra a máquina sugadora e opressora do "Monstro" (Thomas Hobbs). Uni-vos contra o amadorismo político e insensato. Uni-vos contra o estado a que isto chegou.
Só com uma oposição unida e uma Almada solidamente ousada será possível mudar a Cidade antes que ela se afunde no mais dramático canto do cisne que se avizinha.
Consenso, diálogo, paciência, compreensão e sobretudo muita humildade pede-se aos políticos da minha terra para que em conjunto, sem medos, sem dogmas, sem ressentimentos e com muita ousadia e coragem, libertemos de uma vez por todas estas grelhetas que há muito prendem o sonho de uma cidade mais justa e mais livre.
Um dia os Vencidos passarão a Vencedores da Vida.
António Pedro Maco
Presidente CDS/PP Almada
3 comentários:
Parabéns pelo seu texto.
Uma verdade vale mais que mil mentiras.
J.J.
Felicito-o pelas suas palavras.
Há muitos anos que esperamos por políticos com esta postura.
É urgente credibilizar a política.
Cumprimentos,
Margarida
Excelente amigo António. Gostei do que li, parabéns
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